A Entrada de Cristo em Bruxelas de James Ensor

A Entrada de Cristo em Bruxelas em 1889 é um quadro do pintor belga James Ensor. Feito em 1888, a obra tem impressionantes 2.5 metros por 4.3 metros, e traz um Cristo diminuto entrando na capital da Bélgica em meio a um carnaval. A Entrada de Cristo é um quadro que ironiza a sociedade belga como um todo. Instituições como a Igreja e a monarquia, o exército são retratadas de maneira debochada e caricaturais.

A pintura também tinha como alvos o povo e mesmo o grupo artístico ao qual Ensor pertencia. Moderna e extravagante, A Entrada de Cristo foi produzida em um momento de interesse intelectual pelas multidões (centenário da Revolução Francesa de 1789) e modernização da Bélgica. É tida como a grande obra de James Ensor e uma das maiores da arte belga e europeia. Compõem atualmente o acervo do Getty Museum norte-americano.

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Contexto d’A Entrada de Cristo em Bruxelas

Apesar de ter se formado na Academia Real de Belas Artes (Académie Royale des Beaux Arts) James Ensor não foi um pintor ligado às instituições oficiais da época. Foi dentro de um grupo de artistas independentes, o Les XX (Os Vinte), que Ensor encontrou espaço como autor de ensaios, expôs seus trabalhos e se organizou com outros pintores e artistas. 

Para além de estilos ou pintores (e seus quadros) específicos, primeiramente podemos considerar o contexto histórico em que A Entrada de Cristo em Bruxelas foi produzido. Segundo o próprio título do quadro, esse foi pintado com o intuito de ser exposto em 1889. O ano de 1889 marcava o centenário da Revolução Francesa. Note-se também, que menos de vinte anos, havia ocorrido outro grande movimento na capital francesa, qual seja a Comuna de Paris. 

A Entrada de Cristo em Bruxelas em 1889 de James Ensor
A Entrada de Cristo em Bruxelas em 1889. Fonte: Getty Museum

Celebrações e uma exposição internacional foram programadas na França em homenagem à data. Bermann aponta para o estudo da historiadora Susanna Barrow de como aquela data deu impulso a uma série de pesquisas que se focavam “no papel da multidão e dos movimentos de massa na vida política” europeia.1 Nesse sentido, A Entrada de Cristo em Bruxelas, cujo personagem principal não é Cristo, mas sim a multidão, ecoa tais preocupações acadêmicas. Grande parte desses estudos concluíram pelo caráter razoável e irracional das multidões. 

Com relação à técnica usada por Ensor, mais especificamente no que se refere ” a grande escala, as cores brilhantes […] e o espaço comprimido”, A Entrada de Cristo se assemelha aos posters de propaganda de produtos e eventos do artista Jules Chéret. Feitos em litografias, as imagens de Chéret começaram a ser produzidas na Paris dos anos 1870 e se tornaram famosas na década seguinte.2 

Entre os anos de 1885 e 1886, James Ensor produziu uma série de 6 desenhos de temas religiosos, os quais foram exibidos em 1887. Com o título de “Visões: As Auréolas de Cristo ou a Sensibilidade da Luz“, a série parece ter sido a precursora imediata de Entrada de Cristo. Dentre os seis desenhos, um deles se destaca: “Vivo e Radiante: A Entrada de Cristo em Jerusalém“. Com sua composição que “mistura referências históricas e contemporâneas e mesmo alguns detalhes específicos sobre a A Entrada de Cristo em Bruxelas em 1889“, o trabalho é apontado com a base para o quadro do ano seguinte.3

Por meio de Theon Hannon, Ensor conheceu no início da década de 1880, Mariette Rousseau e seu marido Ernest Rousseau, cuja casa reunia membros da intelectualidade e do mundo artístico independente da Bélgica. Entre os frequentadores dos Rousseau estavam membros do movimento socialista Belga como Picard, Verharen e o escritor Camille Lemonnier.4 

Seu afastamento dos Rousseau e do grupo Les XX pode também estar na raiz da crítica ao socialismo, feita de maneira mais ou menos velada, na faixa “Viva o Social”. As bandeiras vermelhas também presentes na pintura fazem referência a essa marca socialista. O catálogo da exposição de 1889 do Les XX, na qual A Entrada de Cristo era para ter sido exposta, trazia a capa em cor vermelha, em conexão com o socialismo.5

Inspiração

Ensor e sua Entrada de Cristo podem ser colocados, em um primeiro momento, em perspectiva com outros artistas aos quais o pintor belga expressou abertamente sua admiração. Entre eles, estão os mestres flamengos da época moderna: Rubens, Hieronymus Bosch e Pieter Bruegel. Suas referências a tais artistas era também “impregnadas de irreverência”. Isso fica claro em declarações suas, como “bruegel, nosso deus, nosso pai” e “Rubens, nosso pai, criador do céu e da terra”.

Irreverência e admiração, aqui, caminham lado a lado. Ensor, ao mesmo tempo, ao se apropriar da obra de tais artistas se coloca como herdeiro de tal tradição.6 Bermann identifica inclusive as obras específicas dos mestres flamengos as quais Ensor teria tomado temas de empréstimo: A Luta entre o Carnaval e a Quaresma de Bruegel e Cristo Levando a Cruz de Bosch.7

A Entrada de Cristo em Bruxelas foi inspirada por diferentes estilos e obras, os quais foram mais ou menos parodiados por Ensor. Um dos quadros mais facilmente observáveis como tendo influenciado Ensor em sua Entrada é A Revista das Estudantes, feita por Jan Verhan, em 1878. A Revista desfrutou de imensa popularidade durante a década de 1880 e retrata uma parada de centenas de estudantes organizada por ocasião da celebração do aniversário de casamento do Rei Leopoldo I da Bélgica com a rainha Maria Henrietta. O quadro também é uma exibição orgulhosa do plano político de modernização da cidade de Bruxelas encabeçado pelo Rei.8

Conforme aponta Berman, A Entrada de Cristo “pode ser vista como uma completa inversão” daquilo que é apresentado em A Revista das Estudantes: “[A Entrada] é uma pintura que resiste à organização, calma e conforto de Verhas e de seus colegas naturalistas”9 Conforme a pesquisadora, Ensor também ironiza a tradição da chamada entrada triunfal (ou entrada jubilar ou mesmo entrada real), cerimônia ocorrida durante a vinda e entrada de um monarca em uma determinada cidade. Tema de grande apelo nacionalista teve sua principal e mais famosa representação no quadro Entrada de Carlos V na Antuerpia de Hans Makart que retrata o evento de 1520.10

A Entrada de Cristo, com sua profusão de personagens mascarados e coloridos, em muito se assemelha a um carnaval. Nesse sentido, o quadro La Mí-carême, de Fernand Pèlez pode ter sido uma das fontes em que Ensor bebeu para executar sua Entrada. A obra de Pèlez se refere a uma espécie de carnaval fora de época que costumava ocorrer na quinta-feira da terceira semana da Quaresma.11

James Ensor também não foi o primeiro artista a lidar com o tema da multidão e foi, como visto, em um “contexto, fortemente influenciado pelos estudos sobre os movimentos de massa feitos por intelectuais de seu tempo. Conforme Bermann, a turba de Ensor é “irracional e conformista”, características “sugerida pela estreita proximidade de corpos, comprimidos são apertadamente que se parecem com um mar de cabeças flutuando em uma onda de figuras tão pouco diferenciadas”.12 Sua Entrada de Cristo se aproxima, nesse aspecto, ao trabalho de outros dois artistas: George Cruikshank e Henry Mayhew. 

No que se refere à literatura, a inspiração mais clara a Ensor foi o romancista Honoré de Balzac. Em um discurso, o pintor cita o quanto um conto específico do escritor lhe tinha impactado: “Vocês todos conhecem a mais encantadora história do grande Balzac: Jesus Cristo em Flandres.”13 Na curta narrativa de 1831, Balzac descreve a chegada de cristo em Ostend, cidade de Ensor, e mistura “referências à política da Bélgica recém unificada, vívidas descrições da cidade, sua parte costeira, habitantes, e um visionário apelo à fé”.14 

No final, porém, uma série de eventos bizarros se desenrolam dentro da catedral e “reafirmam a fundação religiosa da sociedade”. Em 1886, muito influenciado pela história, James Ensor produziu a gravura “A Catedral”. Ensor era já fã de Balzac de longa data. Na década de 1920, o pintor escreveu: “O grande Balzac, o esforçado, penetrante, e magnífico Balzac, o sonhador glorioso …. meu pai o admirava e minha mãe o tinha perto de si e eu mesmo o leio desde a infância.15

Personagens

A primeira coisa que um observador de A Entrada de Cristo em Bruxelas talvez note é o pouco destaque dado ao Cristo do título. Figura diminuta e perdida no meio de uma miríade de outros personagens. Berman afirma que o salvador dessa obra se afasta da figura religiosa e messiânica do cristianismo e encarna a perspectiva de James Ensor: “para o artista, Jesus era um exemplo moral e espiritual e, para os propósitos dessa pintura, um alter-ego.”16 

A pesquisadora lembra que A Entrada não foi a primeira vez que Ensor se identificou com Jesus Cristo. Em 1886, o artista produziu o desenho chamado Ensor na Cruz, onde se vê seu sobrenome escrito na placa da cruz que tradicionalmente se lê “INRI”.17 Para além da identificação, Bermann defende que a figura de Cristo em A Entrada de Cristo em Bruxelas é “ambígua”: “tanto provavelmente um ator em um desfile de carnaval, ou um artista marginalizado, ou o salvador cristão”.18

Ensor não estava sozinho, em sua época, quando se trata da reapropriação de temáticas religiosas. Nesses aspectos, pode-se citar artistas do movimento simbolista, para os quais Cristo se tornou “um símbolo convencional da inspiração artística e do isolamento”. Desde Paul Gauguin, em seu A Agonia no Jardim, no qual o artista representa a si próprio, até Emile Bernard, pintor que passou por uma profunda conversão católica na mesma época. Também nessa tendência, Edvard Munch, pintor de O Grito, faria um quadro retratando o drama da crucificação, chamado Gólgota, em 1900.19

Recepção

Um dos fatos mais importantes sobre A Entrada de Cristo em Bruxelas em 1889 é, na verdade, sua não exibição. Feita, conforme o título que carrega, para a aparecer ao público no ano seguinte de sua produção, ela foi mantida longe do grupo por anos a fio. Primeiramente, o próprio Ensor não conseguiu terminá-la a tempo de ser exibida na exposição anual do Les XX. É o que afirma Berman, que torna o fato de Ensor, à época, estar doente, mais como desculpa do que como fato.20 

Dois dias antes da abertura do evento, Ensor escreveu para o líder do Les XX, Octave Maus: “A doença a qual por duas semanas me mantém absolutamente na cara tornou impossível para mim te mandar antes da abertura os quadros e desenhos que eu me propus a mostrar. Eu lamento profundamente esse atraso.21Mais tarde, Ensor pede que trabalhos do pintor, então em ascensão, Henri Toulouse-Lautrech, fosse removidos para dar lugar aos seus. 

Alguns de seus desenhos e gravuras foram exibidos, mas não seus quadros. Anos depois, Ensor se referiu ao ocorrido em termos de censura: “Em 1888, antes antes de uma conspiração fomentada por colegas invejosos que hoje estão esquecidos, eu tive que retirar todos os meus trabalhos [da exposição] que já estavam listados no catálogo…”22

Muito ainda se especula sobre as circunstâncias em torno dessa exposição. Narrativa produzida por Ensor ou apenas problemas logísticos? Um dos quadros de Ensor que não foram expostos foi uma Tentação de Santo Antônio, supostamente devido à sua indecência. No ano seguinte, porém, a obra foi exibida no evento anual dos Les XX. Das palavras de Ensor, se via como um outsider em sua própria organização, ela mesma também longe do ambiente oficial e acadêmico. 

O quadro então foi mantido dentro do estúdio de James Ensor porém enrolado já que nenhuma parede era grande o bastante para comportá-lo. Quando o artista herdou a casa de seu tio, em 1917, A Entrada foi instalada na parede de sua sala de estar pelo resto da vida.23 Enquanto viveu, James Ensor viu sua obra ser exibida em apenas duas ocasiões, ambas em exposições retrospectivas de sua obra: em 1929, no Palais des Beaux-Arts em Bruxelas e na galeria da Gazette des Beaux-Arts em Paris em 1939. Ensor, no entanto, recebia visitantes em sua casa herdada. De modo que A Entrada foi vista por artistas como Emile Nolde em 1911 e Wassily Kandinsky em 1917.24

Interpretações

Patricia Bermann defende que a A Entrada é uma pintura política porém “sem uma mensagem política clara”: [ela é] um panorama da sociedade belga com referências ambíguas de identidades individuais, um desfile que é simultaneamente um carnaval, uma manifestação política, e um espetáculo político; um manifesto artístico com um programa escondido, uma pintura religiosa que é resolutamente secular, uma exibição vertiginosa de sistemas perceptivos.”25

Considere-se, por exemplo, a longa faixa na parte superior do quadro onde se lê “Vive la Sociale” ou “Viva o Social”. A mensagem em si causa surpresa e deixa dúvida sobre o que Ensor queria dizer com a mensagem. Não seria, na verdade, “Viva o Socialismo”? O que, exatamente, é o “Social”? Bermann afirma que “no lugar de um apelo direto ao socialismo, [a faixa] confunde e torna superficial o sentido de qualquer doutrina política. Dentro do ambiente urbano de Ensor, todas as mensagens políticas são contraditórias.”26 Ademais, Berman afirma: “[a faixa Viva o Social] parodia a retórica política da organização ao saudar a vida social, em vez do socialismo. 

Por outro lado, as faixas vermelhas que também tem destaque na tela, reforçam o socialismo como alvo da ironia de James Ensor. Segundo Bermann:  “[a faixa Viva o Social] parodia a retórica política da organização ao saudar a vida social, em vez do socialismo.” Com vimos no item contexto, o Les XX, era composto por socialistas. Sua exclusão do Les XX, ou talvez o sentimento de ter sido excluído da organização, fez com que Ensor tivesse como alvo os membros socialistas do grupo: “Tal visão paródica da orientação política do Les XX esteve muito provavelmente na raiz na sensação de Ensor de ter sido marginalizado pela organização.”27 

A escolha pelo personagem de Cristo, para além das questões apontadas anteriormente, era também uma crítica à instituição da Igreja Católica na Bélgica: “[…] Ensor usou a imagem de Jesus, e das atividades anárquicas do carnaval, para denunciar as alianças, na Bélgica, entre a Igreja, o Estado e os financiadores que ajudaram a solidificar o que Susan Canning denominou o poder monolítico que moveu o governo belga nos anos 1880”.28

Legado e localização atual

 Em seu estudo sobre o quadro, Bermann nos dá conta do destino que A Entrada de Jesus teve após a morte de seu criador. De maneira mais ou menos irônica, o quadro primeiramente foi mantido em um salão do cassino da cidade de Knokke-le-Zout, onde, casais e apostadores podiam dançar, muito similarmente à multidão da pintura.29 

Em 1957, a pintura foi para o Museu de Belas Artes da Antuérpia. Décadas depois, no ano de 1983, para o Kunsthaus de Zurique. 

Em 1987, a tela foi adquirida pelo Getty Museum norte-americano30 , após o governo belga abrir mão de seu direito de compra. O historiador belga Norbert Hostyn classificou o episódio “mais negros capítulos da politica cultural belga”. 

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James Ensor

Bibliografia

Referências

  1. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 32. ↩︎
  2. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 12. ↩︎
  3. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 13 ↩︎
  4. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 44 ↩︎
  5. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 39 ↩︎
  6. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 93 ↩︎
  7. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 92 ↩︎
  8. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 8 ↩︎
  9. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 5 ↩︎
  10. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 5 ↩︎
  11. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 6 ↩︎
  12. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 30 ↩︎
  13. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 83 ↩︎
  14. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 83 ↩︎
  15. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 83 ↩︎
  16. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 72 ↩︎
  17. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 90 ↩︎
  18. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 90 ↩︎
  19. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 73 ↩︎
  20. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 38 ↩︎
  21. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 38 ↩︎
  22. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 19 ↩︎
  23. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 19 ↩︎
  24. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 19 ↩︎
  25. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 19 ↩︎
  26. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 28 ↩︎
  27. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 44 -45  ↩︎
  28. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 89 ↩︎
  29. BERMAN, Patricia, James Ensor: Christ’s Entry into Brussels in 1889, (Los Angeles: Getty, 2002). p. 96 ↩︎
  30. Ficha da obra no site do Getty Museum. ↩︎
Data: 1888
Origem: Ostend, Bélgica
Autor: James Ensor
Dimensão: 2.5 x 4.3 metros
Material: Óleo sobre tela
Localização Atual: Getty Museum, Estados Unidos

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