Emma é um romance escrito por Jane Austen e publicado em 1815. Considerada por muitos como a melhor obra da escritora inglesa, o livro foi o último de Austen a ser terminado e lançado ainda em vida. O enredo trata das desventuras da jovem e rica Emma Woodhouse em sua empreitada de unir casais em sua pequena cidade.
Escrito com minúcia e profundidade, Emma é não apenas um retrato do cotidiano da pequena nobreza inglesa do começo do século XIX, mas o equilibrado resultado de uma escrita bem humorada e irônica, reflexiva e sagaz.
A escrita de Emma
Jane Austen já desfrutava de uma certa fama quando o seu Emma foi publicado pela primeira vez, em 23 de dezembro de 1815. Como era de costume na época para as mulheres que quisessem publicar seus trabalhos, seu nome não apareceu como autora do livro. Em vez disso, o romance foi descrito como uma obra “do mesmo autor de Mansfield Park e Orgulho e Preconceito“.
Sabe-se que Jane Austen escreveu o romance entre janeiro de 1814 e março de 1915.1 Jane Austen optou por mudar de editor de modo que Emma foi publicado por John Murray da Quarterly Review, grande casa de publicação londrina.
Anteriormente, Razão e Sensibilidade e Mansfield Park haviam sido trazidos a público por Thomas Egerton o qual aparentemente não estava disposto a publicar uma segunda edição de Mansfield Park. Inicialmente, John Murray propôs o pagamento de £450 pelos direitos de Emma em conjunto com os de Razão e Sensibilidade e Mansfield Park. Austen no entanto contrapropôs que Emma fosse publicado por comissão além de solicitar uma segunda edição para Mansfield Park.
O acordo foi aceito, porém Jane Austen ficou com o encargo de custear as impressões bem como publicidade do novo livro, enquanto ao editor coube uma comissão em remuneração pela distribuição e venda. Devido ao grande sucesso de suas obras anteriores, Emma ganhou uma primeira tiragem de 2000 cópias, a maior da autora em vida.2

É famosa também a história sobre a razão de Jane Austen ter dedicado Emma ao então príncipe regente, o futuro George IV. A escritora foi convidada por James Stanier Clark, bibliotecário do príncipe regente, à propriedade Carlton House e dito que, caso Jane Austen quisesse, poderia dedicar seu romance em progresso ao príncipe, grande fã de seus livros cujo preferido era Orgulho e Preconceito.
Ao relatar o ocorrido para seu irmão Henry, Jane teria afirmado que não faria a dedicação por nutrir grande antipatia pelo príncipe. Seu irmão a aconselhou dizendo que o pedido se tratava, na verdade, de uma ordem mais ou menos disfarçada, que deveria ser acatada independentemente de seus sentimentos.
O senhor Clark não se limitou, no entanto, ao pedido mas, tomou a liberdade de dar uma série de recomendações e conselhos à Jane Austen sobre como deveria escrever Emma e mesmo alguma futura obra. A autora se desvencilhou como pode dos pitacos do senhor Stanier Clark. Porém, em âmbito privado, ela registrou grande parte de tais sugestões, e algumas outras, em um pequeno texto – tipicamente irônico – chamado Plan of a Novel according to Hints from Various Quarters ( literalmente Plano de um romance de acordo com as dicas de vários lugares).
Semanas antes do lançamento do romance, Jane Austen escreveu para Murray. Seu tom é de certa forma ansioso e a autora parece insegura com relação ao sucesso futuro de Emma: Eu estou muito fortemente assombrada pela ideia de que os leitores que preferiram Orgulho e Preconceito, [Emma] irá parecer inferior em sagacidade, e para aqueles que preferiram Mansfield Park, muito inferior em sensatez”3.
O receito de Jane Austen acabou sendo fundamento, em parte, pois críticas negativas surgiram já na época do lançamento de Emma. A mais famosa delas talvez seja a da também célebre escritora Charlotte Brönte. Leia mais no item Recepção.

Personagens
Emma Woodhouse – protagonista do livro, Emma é bondosa, atenciosa, inteligente e agradável. No entanto, ao longo do livro, ela (e o leitor) descobre seus próprios defeitos e como sua tendência a interferir na vida dos que a rodeiam pode ser prejudicial para si própria.
Senhor Woodhouse – pai de Emma, o senhor Woodhouse é gentil e bondoso, porém fragilizado e hipocondríaco. Ele não tem disposição ou argúcia suficiente para entender as atitudes da filha, muito menos questioná-las.
Senhor Knightley – concunhado de Emma, o senhor Knightley é também amigo de sua família. Nobre, honesto e gentil, é o único capaz de ser franco com Emma e apontar suas limitações e excessos.
Senhora Weston – logo no início do livro, a senhora Taylor, preceptora de Emma e sua irmã, se casa com o senhor Weston. Serena e compreensiva, ela mantém um bom relacionamento com todos ao seu redor. O senhor Knightley, por sua vez, não deixa de observar que em sua função de governanta, ela teria mimado Emma um pouco além do que seria bom.
Senhor Weston – pai biológico de Frank Churchill, o Senhor Weston foi casado com a mãe de Frank que morreu pouco anos após o nascimento do filho. Por ter poucos recursos, Weston cedeu o filho para que ele fosse adotado pela tia, irmã de sua esposa, uma senhora muito rica e sem filhos. Décadas mais tarde, depois de ter conquistado sua fortuna, o senhor Weston se casou com a preceptora de Emma, a senhorita Taylor.
Frank Churchill – Filho biológico do senhor Weston que foi criado e adotado por sua tia abastada desde o falecimento de sua mãe. Frank Churchill é um jovem agradável, expansivo e sociável. Nunca se dispôs a visitar o pai, apesar da insistência dele. Tal comportamento muda repentinamente.
Jane Fairfax – Sobrinha da senhorita Bates e neta da senhora Bates, Jane Fairfax perde os pais quando criança e é criada por um amigo de seu pai. A jovem recebe a melhor educação possível e se torna uma ótima pianista além de ser fina e elegante. A viagem de sua família adotiva para a Irlanda faz com que Jane passe uma temporada com a tia e a avó em Highbury. Sem dote nem perspectivas, Jane contempla se tornar preceptora.
Henriette Smith – jovem filha ilegítima que vive em um orfanato, se torna amiga de Emma logo após o casamento da senhora Weston. Bela, humilde e ingênua, Henriette sofrerá com a forte influência de Emma que acredita que Henriette deva se casar com alguém de posição social mais elevada que ela.
Senhor Elton: pároco de Highbury, o senhor Elton é um jovem independente e ambicioso que tem pretensões de se casar com uma mulher que tenha uma boa posição social.
Particularidades do Enredo
O romance se diferencia na obra de Jane Austen inicialmente por seu título, o nome da personagem principal. Os outros livros da autora são nomeados segundo as propriedades nos quais os enredos se dão – Mansfield Park e a Abadia de Northanger – ou as qualidades/defeitos de seus personagens – e principalmente de suas heroínas – como é o caso Orgulho e Preconceito, Persuasão e Razão e Sensibilidade. Desde o título, então, o romance se centra sobremaneira na protagonista (pouquíssimas são as situações descritas em que Emma não está presente), seu ponto de vista e, claro, seus equívocos.
Além disso, Emma Woodhouse é, ao contrário da maioria das protagonistas de Austen, rica. Os desafios que enfrenta, assim, pouco têm a ver com preocupações financeiras como a dependência econômica de parentes ( caso de Fanny Price de Mansfield Park) ou a necessidade de um bom casamento ( todas as irmãs Bennet, as irmãs Dashwood e mesmo Anne Elliot).
Seu lugar de privilégio é destacado por Jane Austen na abertura do romance e de certa forma já entrega o grande ponto da trama, conforme afirma Steven Marcus:
“‘linda, inteligente e bonita, com uma casa confortável e uma propensão a felicidade, parecia unir algumas das melhores bênçãos da existência; e tinha viveu vinte e um anos no ano com muito pouco para angustia-la ou irritá-la’. Há algo mais para se pedir? Bem, sim, uma vez que tais qualidades se somam, o narrador afirma, sem pausa, algo que apenas “parece”. A dubiedade presente nessa reserva irônica inverte a questão e nos prepara para angústia e irritação.”4
Andrew Mcinnes, por sua vez, ecoa tal avaliação e resume o livro da seguinte forma: ” Emma de Jane Austen é um romance que trata de segredos. Ele trata de culpa, vergonha e humilhação”.5
Pesquisadores encaram Emma como um Bildungsroman, ou romance de formação, gênero que surgiu no século XVIII no qual o personagem principal encara uma jornada de desenvolvimento, autoconhecimento e, por fim, maturidade. Em Emma a protagonista título passa praticamente toda a obra tentando formar casais conforme sua própria ideia de compatibilidade e sentimentos entre os envolvidos.
Mimada e auto confiante, ela descobre a duras penas que sua percepção é falha ao ser totalmente incapaz de enxergar um relacionamento secreto que se desenrola entre dois personagens próximos de si mesma. Nesse sentido, Emma se assemelha a outra heroína austeniana, Elizabeth Bennet, que também confia demais em seu próprio juízo e acaba por se equivocar.
Os antagonistas em Emma, apesar de não tomarem as proporções de uma tia Norris (Mansfield Park) ou Lady Susan são desagradáveis à sua maneira. Em artigo sobre o livro, Brunilda Lemos destaca como a senhora Elton, por exemplo, é como uma versão extrema da própria Emma em sua arrogância, sua preocupação com posses e posição social e sua intransigência na vida dos que a cercam.
Muito por isso o leitor é levado a simpatizar e mesmo torcer por Emma, que mesmo tendo tais características, as mesmas não chegam a ser tão grosseiramente exageradas.6 O jovem Churchill por outro lado se aproxima de outros vilões de Austen como Willoughby e Wickham tanto em sua amabilidade e sociabilidade quanto no fato de manter em segredo alguns fatos sobre si mesmo.
Sobre a própria Emma e sua personalidade complexa e multifacetada, muito já foi escrito. Se é possível chamá-la de mimada e arrogante, não é menos verdade que a personagem é também sensível, boa e íntegra:
“ela tem uma natureza generosa. Ela é auto confiante, e gosta de ter prioridade, mas ela não é vaidosa. Ela é impecável em sua relação com seu pai; e, apesar de não acatar com os conselhos do [senhor] Knightley, sua prontidão em aceitar as reprimendas aos seus erros é mais que magnânima“.7
Eugene Goodheart defende que a personagem Emma é uma espécie de encarnação – ou talvez projeção – da própria Jane Austen e sua condição de autora. Vale a pena nos determos sobre seu argumento: “Não haveria história, nem destino social para a comunidade sem seus esforços [de Emma]” e mais adiante “Emma é a substituta de Austen, a romancista dentro do romance”.8 Goodheart explica: “O campo da imaginação de Emma, como o de Jane Austen, é o mundo social; sua especialidade, formar casais.
Emma tenta recriar seu pequeno mundo ao manejar a vida de seus vizinhos da forma a mais fundamental: ao decidir pelos outros com quem eles deveriam viver na intimidade pelo resto de suas vidas. Ela é a força narrativa do romance. Em sua manipulação ela faz o trabalho de Austen e gera o enredo. Não é de se surpreender, assim, que Emma seja a heroína do único romance epônimo de Austen.”9
Recepção e crítica
Apesar da popularidade que viria desfrutar mais de dois séculos depois do seu lançamento, Emma foi recebido de forma morna tanto por aqueles próximos de Jane Austen que tiveram acesso à obra quanto pelo público em geral. De certa maneira, a própria autora parece ter antecipado tal fato quando afirmou que Emma seria uma heroína que talvez agradasse apenas a ela mesma. Sabemos por meio de carta de 12 de abril de 1850 para W. S. Williams que a autora Charlotte Brontë parece não ter impressionado muito com Emma:
“Eu também li um dos trabalhos da senhorita Austen “Emma” – [ li com ] justo grau de admiração o qual a senhorita Austen ela mesma teria considerado sensato e apropriado – qualquer coisa como candor e entusiasmo; qualquer coisa de enérgico, forte, comovente, é totalmente inadequado quando se recomenda esses trabalhos: todas as tais demonstrações iriam de encontro com um desprezo bem educado da autora…
Seu trabalho não tem nem em meia porção a ver com o coração humano mas com os olhos, boca, mãos e pés humanos; o que se vê com intensidade, fala com o propriedade, se move com flexibilidade, cabe no que ela estuda, mas no que tange o lugar não visto da vida e o algo de sentimental da Morte – isso a senhorita Austen ignora“.10
Por outro lado, o crítico e escritor Walter Scott foi um dos que tiveram uma opinião positiva do romance. Em uma crítica à Quarterly Review, o escocês não apenas elogia a leitura como o considera um “novo gênero de romance”, adaptado à época moderna.
Adaptações
O filme de Clueless (1995) cujo o título no Brasil se tornou As Patricinhas de Beverly Hills teve seu roteiro baseado em Emma. Ainda na década de 90, o livro foi adaptado mais duas vezes. Emma é uma produção americana estrelando Gwyneth Paltrow no papel de Emma e lançada em 1996.
No mesmo ano veio a público também uma produção inglesa de Emma com Kate Beckinsale como protagonista. A minissérie Emma de 2007, produzida pela BBC e trazendo Romola Garai como protagonista, adapta de maneira fiel a trama do romance. Mais recentemente, em 2020, houve o lançamento do filme Emma, estrelando Anya Taylor-Joy no papel principal.

Bibliografia
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Artigo sobre Emma no site da Jane Austen Society of North America. Aqui.
Artigos Relacionados
Referencias
- Artigo sobre Emma no site da Jane Austen Society of North America. ↩︎
- Artigo sobre Emma no site da Jane Austen Society of North America. ↩︎
- Artigo sobre Emma no site da Jane Austen Society of North America. ↩︎
- STEVEN, Marcus. Introduction (ao romance Emma). Barnes & Nobles Classics. Nova Iorque, 2004. p. xvii. ↩︎
- MCINNES, Andrew. ‘ “English verdure, English culture, English comfort”: Ireland and the Gothic Elsewhere in Jane Austen’s Emma’, Romantic Textualities: Literature and Print Culture, 1780–1840, 22 (Spring 2017). p. 66. ↩︎
- LEMOS, Brunilda Reichmann. Language and Character in Jane Austen’s Emma. Revista Letras. 28, 1979. pp. 95 – 105. p. 96. ↩︎
- JANAKI, B. Emancipation of Emma Woodhouse Explored: An Analysis of Jane Austen’s Emma. American Research Journal of English and Literature. SSN-2378-9026. Volume 3, Issue 1, 5 Pages. p. 5. ↩︎
- GOODHEART, Eugene. Jane Austen’s Errant Heroine. The Sewanee Review, Fall, 2008, Vol. 116, No. 4 (Fall, 2008), pp. 589-604. p. 597. ↩︎
- GOODHEART, Eugene. Jane Austen’s Errant Heroine. The Sewanee Review, Fall, 2008, Vol. 116, No. 4 (Fall, 2008), pp. 589-604. p. 598. ↩︎
- Transcrição online de cartas de Charlotte Brönte no projeto Gutenberg. ↩︎