Norte e Sul é um livro de Elizabeth Gaskell publicado em 1855. Ambientado na cidade fictícia de Milton-Northern, a obra traz o contraste e o embate entre diferentes regiões da Inglaterra, diferentes classes sociais e diferentes personagens. O roteiro conta a história da jovem Margareth Hale, filha de um pároco, que vê sua vida totalmente transformada após ter que se mudar com a família do sul rural e aprazível para o frio, opressivo e cinza norte inglês.
Norte e Sul é um exemplo do que se convencionou chamar romance industrial, cuja ambientação se dá nas regiões industrializadas da Inglaterra e o enfoque se direciona à miséria da maior parte dos trabalhadores e a luta destes em busca de remuneração justa e condições de vida dignas.
______________________________________________________________________________________
A Escrita de Norte e Sul
Norte e Sul foi publicado periodicamente na revista Household Words ao longo de 1854 e, já em forma de romance pela Chapman & Hall no ano seguinte. A Household Words era editada pelo célebre Charles Dickens que chamou Gaskell para colaborar com a revista após o sucesso de sua primeira colaboração, Cranford. A relação dos dois escritores, apesar de amigável e respeitosa, não era livre de altos e baixos.
Dickens sugeria mudanças no enredo de Norte e Sul além de exigir cortes na extensão do texto. Gaskell não costumava acatar com as sugestões de roteiro nem com suas exigências de cortes. Em carta para o seu sócio, o sr. Wills, Dickens chegou a dizer que daria umas palmadas em Gaskell caso fosse seu marido.1 O fato de que no mesmo ano de 1854, Dickens também tinha iniciado seu próprio romance industrial, Hard Times, nos ajuda a entender o contexto de troca e tensão entre os autores. Gaskell, por vezes, se sentiu desanimada e desmotivada a continuar a história.
Em carta, a autora confessa: “Eu ouso dizer que vou gostar da minha história, quando eu estive um pouco afastada dela; no momento, eu só consigo me sentir deprimida com ela, eu queria ter feito algo tão melhor”.2 As interferências de Dickens, porém, não foram todas ignoradas. Sabemos, por exemplo, que Elizabeth Gaskell pensava em usar como título de seu romance o próprio nome da protagonista Margareth Hale e que foi seu associado e colega de ofício que sugeriu Norte e Sul.
Finalmente, quando Gaskell concluiu seu romance, Dickens não poupou elogios que nesse caso se assemelham àqueles recebidos por Cranford: Deixe me lhe parabenizar pela conclusão de sua história; não porque é o fim de uma tarefa pela qual você desenvolveu desgosto (já que eu imagino que você tenha superado sua ilusão uma hora dessas), mas porque é a realização vigorosa e poderosa de um trabalho aflito.3

Produzido em uma época em que romances já tinham a reputação de mero entretenimento, Norte e Sul traz elementos das histórias de amor – talvez até mesmo do melodrama – mas se propõe a compreender as dificuldades da vida nos crescentes centros urbano-industriais ingleses e a luta de classes. Nas palavras de Dorice Elliot: “ler Norte e Sul é ler uma série de debates, de cenas contrastantes, de discursos alternados“.4
Milton é uma reconstrução da Manchester na qual Gaskell viveu e o enredo de Norte e Sul traz em si as muitas experiências de vida de sua autora, sua observação e atuação no meio da sociedade inglesa cingida entre trabalhadores e industriais, sindicatos e donos de fábricas, mão de obra e capitalistas. O esposo de Elizabeth Gaskell era, assim como o pai da escritora, um pastor da vertente Unitarista cujos membros rejeitavam a ideia de predestinação divina e por isso abraçavam uma forte atuação na solução dos problemas não só espirituais mas práticos da vida. Segundo Mary Hotz “Unitarianos se tornaram defensores dos oprimidos, apoiadores da educação, da tolerância religiosa e dos direitos das mulheres“.5
Por outro lado, tal visão e projeto de mundo não incluía uma regulação do funcionamento das fábricas que não deveriam ser alvo de intervenções, limitações nem da sociedade civil, muito menos do Estado. No mesmo artigo, a pesquisadora diz:
“Elizabeth Gaskell participava de uma religião que promovia as responsabilidades individuais em nome da sociedade local: capelas Unitárias estavam cheias de fiéis que propunham a política econômica contemporânea e também de empreendedores modelo os quais acreditavam, essencialmente, que a autoajuda era a chave para reformar e que o governo não deveria intervir nos ritmos “naturais” da economia de mercado, especialmente no que tocasse o livre comercio e a reforma tributária”.6
Como bem resume Dorice Elliot em artigo: “em vez de mudar as leis ou derrubar as estruturas de poder existentes, Gaskell oferece uma visão social que tempera as relações de poder com o entendimento mútuo e a afeição“.7
A vivência em tão contexto, a observação da penúria e da luta, o dia a dia na poluição e no barulho de uma cidade em plena revolução industrial, fez com que Elizabeth Gaskell nutrisse sentimentos ambíguos com relação a cidade de Manchester. Sentimentos dos quais podemos ter uma ideia a partir de uma carta em que ela diz “querida velha tediosa feia fumacenta encardida cinza Manchester“.8Tal saraivada de adjetivos ganha peso se considerarmos que após Norte e Sul Elizabeth Gaskell continuamente se afasta da temática dos centros urbanos e fabris e passa a explorar a vida doméstica, rural e familiar de seus personagens em livros como Cranford em diante.
Particularidades do enredo
Elizabeth Gaskell escreveu Norte e Sul alguns anos após o seu primeiro romance industrial, Mary Barton. O gênero, que recebeu denominações como “romances sobre a condição da Inglaterra”, romances sociais ou romances sobre problemas sociais, foi explorado por outros autores contemporâneos de Gaskell. Seu principal tema era a crescente industrialização de meados do século XIX e os vários problemas decorrentes desse processo, principalmente a abismal desigualdade social, o conflito entre trabalhadores e os donos de fábricas, greves, piquetes, degradação ambiental e etc.
Segundo o The Cambridge Guide to Literature in English: “Romances sobre a Condição da Inglaterra procuraram se envolver diretamente com as questões sociais contemporâneas com o foco na representação de classe, gênero e relações trabalhistas bem como agitação social e o crescente antagonismo entre ricos e pobres na Inglaterra”.9
Outro ponto a ser destacado são as referências aos irlandeses ao longo do livro. Uma vez a greve instalada, John Thornton vê no recrutamento de trabalhadores vindos da Irlanda a solução para sua fábrica. Na época em que Elizabeth Gaskell escreveu Norte e Sul, a Irlanda passava pela chamada Grande Fome, uma grave crise de carestia causada por sucessivas colheitas ruins ocorridas entre 1845 e 1852. Calcula-se que mais de um milhão de pessoas tenham morrido devido à miséria que assolou o país.
Harde Tekdemir em seu artigo sobre o tema, defende que a presença dos irlandeses e sua caracterização enquanto “fura greve” compõem como que um enredo fantasma na trama de Norte e Sul, uma lembrança implícita à Grande Fome e ao estado de extrema carência em que se encontravam.10
Nas palavras de Terence Wright o sofrimento na obra vai além da miséria e exploração das classes baixas mas permeia a vida de todas as personagens, principalmente a de Margareth Hale:
“Norte e Sul é um livro cheio de dor – não as dores da fome, como em Mary Barton, mas a dor do stress e da perturbação, das dores da consciência e do tormento sexual. É também sobre a dor da perda, particularmente da heroína, e de fato parece surpreendente quando pensamos que um final feliz pode ser derivado de um material tão pouco propício. Aqueles que não sofrem são exceções, e eles geralmente não são chamados ao centro do palco, mas sim usados como contraste para os personagens mais angustiados“.11
Margareth, a protagonista, se destaca por sua personalidade forte, sua conduta séria e seus valores morais. No romance vemos a personagem embarcar em um dura jornada de amadurecimento, auto descoberta, perdas, desilusões e dor antes de finalmente encontrar o amor e um lar. Nas palavras de Mônica Costa: “O aprendizado que ela adquire ao longo do romance é, ao mesmo tempo, despertar sexual e reconhecimento da influência da esfera política em sua trajetória. Isso permite que ela alcance o seu lugar apropriado (ao lado de um marido respeitável) com a consciência dos âmbitos que sua atividade deve acolher – tanto o pessoal, privado e sexual quanto o externo, público e político – porque, finalmente, eles influenciam uns aos outros”.12
Nesse sentido, Margareth Hale tem muito em comum com outras protagonistas de romances ingleses do século XIX como Elizabeth Bennet, Fanny Price (de Mansfield Park) e Emma Woodhouse (Emma), todas de Jane Austen, Hellen Graham de Anne Brontë. Para Wright:
“A história de Margareth é a clássica jornada da juventude para a maturidade, na qual o aprendiz deve passar por certos testes de iniciação, envolvendo a descoberta de si mesmo. Ela acaba por entender a instabilidade necessária de todas as coisas mortais e, de fato, a ver isso como uma força.”13
As epígrafes do início de cada capítulo também são uma marca de Norte e Sul. Segundo Daiane Fazan “essas aberturas sintetizam poeticamente o enredo e, em última instância, mostram o quanto Gaskell circulava pelos diferentes gêneros literários e estilos.”14 Nas epígrafes podemos encontrar desde cantigas populares até autores consagrados como Alfred Tennyson e Robert Browning. Além disso, o registro fiel da variante do inglês falada pelos operários é considerada enriquecedora para a narrativa tendo sido usada por linguistas como fonte no estudo da língua inglesa falada em Lancashire.15
Devemos lembrar que Elizabeth Gaskell concebeu Norte e Sul após o lançamento de Mary Barton e, em certa medida, como um desenvolvimento de temas que haviam sido apresentados em sua obra anterior. Especificamente no que toca John Thornton, a autora expressa como tentou compor um membro da elite, um industrial, de maneira complexa e com camadas. Em carta, ela diz: “Eu quero que sua personalidade seja consistente consigo própria, e complexa e forte e gentil, porém ainda um chefe. Esse é o meu quebra-cabeça”.16

Personagens
Margareth Hale: heroína do romance, Margareth vê sua vida mudar bruscamente quando o pai decide se mudar para o norte do país.
Senhor Hale: pai de Margareth é integro e carinhoso. O senhor Hale, uma vez no norte, tenta se adaptar da melhor forma e manter laços com aqueles que o rodeiam.
Senhora Hale: Frágil e passiva, a mãe de Margareth nutre um pesar por ter se casado com um homem sem fortuna. A mudança para o norte é um duro golpe para ela.
Senhor John Thornton: é um industrial respeitado e sério.
Senhora Thornton: mãe de John e Fanny Thornton. Ela é severa e correta e está por trás do sucesso financeiro conseguido pelo filho.
Nicolas Higgins: operário de Milton e líder sindical, ele acaba se tornando amigo da família Hale. É por meio de suas atitudes e opiniões que o leitor tem um maior vislumbre das condições de vida dos trabalhadores.
Bessy Higgins: Filha de Nicolas Higgins, Bessy sofre de uma doença pulmonar – tuberculose ou alguma outra como a denominada Byssinosis (doença do pulmão marrom) – desenvolvida por ter trabalhado nas fábricas de tecido. Sua saúde se enfraquece no decorrer do livro. Margareth se torna sua amiga e a visita com frequência.
John Boucher: trabalhador de Milton cuja família grande o torna reticente em participar do sindicato e da posterior greve organizada pelo mesmo.
Fanny Thornton: irmã mais nova de John Thornton é frívola, ridícula e perdulária.
Recepção
A dura e crua descrição que Elizabeth Gaskell fez das condições de vida dos trabalhadores industriais em ambos os seus livros Mary Barton e Norte e Sul foi alvo de críticas tão contundentes quanto. Muitos acusaram a autora de demagogia, de excessos ou pura ignorância da realidade do mundo da indústria ou das leis que regem o comércio.
Um crítico não identificado escrevendo para o The Leader diz que Elizabeth Gaskell não conseguia “entender os problemas industriais”, “sabia muito pouco da indústria do algodão” e não tinha “direito de aumentar a confusão ao escrever sobre isso”.17
Já desfrutando de considerável reputação como escritora, Gaskell conseguiu edições americanas e mesmo alemãs para Norte e Sul não muito tempos depois do romance ser relançado, em livro, na Inglaterra. Já no final da década, em 1859, o livro ganhou uma edição francesa.
Adaptações
A adaptação mais facilmente acessível hoje é aquela feita pela BBC em formato de minissérie. Com roteiro de Sandy Welch e direção de Brian Percival (Downton Abbey), North and South foi lançada em 2004 em quatro capítulos. Daniela Denby-Ashe faz o papel de Margareth Hale. Richard Armitage (O Hobbit) é John Thornton. Sinéad Cusak é a senhora Thornton. Lesley Manville está no papel de senhora Hale. Brendan Coyle (Downton Abbey) é o senhor Higgins. Ana Maxwell Martin (A Morte Pemberly) está no papel de Bessy Higgins.
Artigos Relacionados
Mary Barton de Elizabeth Gaskell
Bibliografia
AL-YASIN, Nayif. The Question of Class in the Victorian and Neo-Victorian Novel: Elizabeth Gaskell’s North and South and David Lodge’s Nice Work.Damascus University Journal for Arts and Humanities. Vol. 33, Issue 1 (31 Mar. 2017), pp. 55 – 79. Damascus University. Disponível no Academia do autor.
COLOM, Mariona Segalés. The Questions of Obedience and Rebellion in Elizabeth Gaskell’s North and South. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade de Barcelona. 2020. Aqui.
COSTA, Monica Chagas. Aprendendo a ser uma mulher no mundo. Itinerários, Araraquara, n. 54, p. 51-71, jan./jun. 2022. Aqui.
BRASS, Daniel. Defining Pastoral in North and South. Sydney Studies in English. Vol. 30 (2004). Aqui.
BROWN, Pearl L. (2000). From Elizabeth Gaskell’s “Mary Barton” to Her “North and South”: Progress or Decline for Women? Victorian Literature and Culture, 28(2), 345-358.
DEBRABANT, Mary. Smoke or no Smoke? Questions of Perspective in North and South. Actes du colloque de la S.F.E.V.E. à l’université de Provence, les 18 et 19 janvier 2008. Thème : “Représentations victoriennes et édouardiennes des quatre éléments”. Aqui.
ELLIOTT, Dorice Williams. The Female Visitor and the Marriage of Classes in Gaskell‘s North and South, Nineteenth-Century Literature 49.1 (1994) 21-49. Aqui.
EASSON, Angus. Introduction. North and South. Oxford World’s Classics. 1982.
FAZAN, Daiane de Cássia Martins. A Construção de Heroínas sob a Ótica da Militância Social e da Luta Política: estudo dos romances Mary Barton (1848) e Norte e Sul (1854-55) de Elizabeth Gaskell. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual Paulista. São José do Rio Preto. 2019. Aqui.
KIRYAMAN, Dilek Mentes. Torture and Objectification of Pain in Elizabeth Gaskell’s North and South. The Polish Journal of Aesthetics. 51 (4/2018), pp. 43–59. Aqui.
KUCICH, John. Reverse Slumming: Cross-Class Performativity and Organic Order in Dickens and Gaskell. Victorian Studies, Vol. 55, No. 3 (Spring 2013), pp. 471-499.
HARBERS, Ashley. The sympathetic Impulse: duty and morality in Emma and North and South. Persuasions. Volume 38. No. 1. Winter 2017. Aqui.
HOTZ, Mary Elizabeth. “Taught by death what life should be”: Elizabeth Gaskell’s Representation of Death in North and South. Studies in the Novel. Vol. 32, No. 2, DEATH IN THE NOVEL (summer 2000), pp. 165-184. Disponível no Jstor.
LOWE, Meghan. Masculinity in the Work of Elizabeth Gaskell. Palgrave Mcmillan. Saint Andrews, Uk, 2020.
MARAMBAUD, Ivette D. Mrs Gaskell’s Industrial Novels: Mary Barton and North and South. University of Richmond. 1971. Aqui
PELISARI, Camila da Silva. PIRES, Priscila Aparecida Borges Ferreira. North and South: análise do romance e adaptação. Diálogo e Interação. v. 12 , n. 1, (2018). Aqui.
REEDER, Jessie. Broken Bodies, Permeable Subjects: Rethinking Victorian Women’s “Agency” in Gaskell’s North and South. Nineteenth-century gender studies. Issue 9.3 (Winter 2013). Aqui.
TEKDEMIR, Hande. Searching for the Famine Remnants in Elizabeth Gaskell’s North and South. CEA Critic, Volume 84, n. 1, March 2022, pp. 29 – 39. Disponível no Academia do autor.
WATANABE, Aiko. The Use of Pastoral and the Problem of Change in Elizabeth Gaskell’s North and South and Cousin Phillis. 早稲田大学大学院文学研究科. pp. 5 – 21. 2008. Aqui.
WRIGHT, Terence. Elizabeth Gaskell ‘We’re not angels’: Realism, Gender, Values. Palgrave Macmilann. 1995.
Artigo da Wikipedia em inglês.
Referências
- COSTA, Monica Chagas. Aprendendo a ser uma mulher no mundo. Itinerários, Araraquara, n. 54, p. 51-71, jan./jun. 2022, p. 52. ↩︎
- EASSON, Angus. Introduction. North and South. Oxford World’s Classics. 1982, p. IX. ↩︎
- EASSON, Angus. Introduction. North and South. Oxford World’s Classics. 1982, p. XI. ↩︎
- ELLIOTT, Dorice Williams. The Female Visitor and the Marriage of Classes in Gaskell‘s North and South, Nineteenth-Century Literature 49.1 (1994) 21-49, p. 42. ↩︎
- HOTZ, Mary Elizabeth. “Taught by death what life should be”: Elizabeth Gaskell’s Representation of Death in North and South. Studies in the Novel .Vol. 32, No. 2, DEATH IN THE NOVEL (summer 2000), pp. 165-184. p. 167. ↩︎
- HOTZ, Mary Elizabeth. “Taught by death what life should be” … p. 167. ↩︎
- ELLIOTT, Dorice Williams. The Female Visitor and the Marriage of Classes in Gaskell‘s North and South, Nineteenth-Century Literature 49.1 (1994) 21-49. p. 47. ↩︎
- DEBRABANT, Mary. Smoke or no Smoke? Questions of Perspective in North and South. Actes du colloque de la S.F.E.V.E. à l’université de Provence, les 18 et 19 janvier 2008. Thème : “Représentations victoriennes et édouardiennes des quatre éléments”. p. 24. ↩︎
- AL-YASIN, Nayif. The Question of Class in the Victorian and Neo-Victorian Novel: Elizabeth Gaskell’s North and South and David Lodge’s Nice Work.Damascus University Journal for Arts and Humanities. Vol. 33, Issue 1 (31 Mar. 2017), pp. 55 – 79. p. 11. ↩︎
- TEKDEMIR, Hande. Searching for the Famine Remnants in Elizabeth Gaskell’s North and South. CEA Critic, Volume 84, n. 1, March 2022, pp. 29 – 39. ↩︎
- WRIGHT, Terence. Elizabeth Gaskell ‘We’re not angels’: Realism, Gender, Values. Palgrave Macmilann. 1995. p. 105. ↩︎
- COSTA, Monica Chagas. Aprendendo a ser uma mulher no mundo. Itinerários, Araraquara, n. 54, p. 51-71, jan./jun. 2022, p. 54. ↩︎
- WRIGHT, Terence. Elizabeth Gaskell ‘We’re not angels’.. p.115. ↩︎
- FAZAN, Daiane de Cássia Martins. A Construção de Heroínas sob a Ótica da Militância Social e da Luta Política: estudo dos romances Mary Barton (1848) e Norte e Sul (1854-55) de Elizabeth Gaskell. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual Paulista. São José do Rio Preto. 2019. p. 31. ↩︎
- MARAMBAUD, Ivette D. Mrs Gaskell’s Industrial Novels: Mary Barton and North and South. University of Richmond. 1971. p. 68. ↩︎
- LOWE, Meghan. Masculinity in the Work of Elizabeth Gaskell. Palgrave Mcmillan. Saint Andrews, Uk, 2020. p. 83. ↩︎
- CHAMPMAN, Alison. Elizabeth Gaskell Mary Barton North and South. 1999. Duxford: Icon Books. p. 28. ↩︎