San Pascualito ou San Pascualito Rey é um santo de origem espanhola cujo culto é popular em algumas regiões do México. Em todo o país latinoamericano, San Pascualito é famoso por ser o patrono da cozinha e da pimenta. No estado de Chiapas, por outro lado, San Pascualito assume a forma de um esquelo, retratado frequentemente em cima de uma carroça. Conforme sua lenda, qualquer um que lher cruzar o caminho, em suas rondas noturnas, tem a vida ceifada. Guardando semelhanças com outro santo popular, a chamada Santa Muerte, o culto de San Pasculito já foi alvo de recriminações da Igreja Católica.
No decorrer do artigo utilizarem a versão em português São Pascoal para se referir à figura histórica do frei que viveu e morreu na Espanha, enquanto manteremos os termos em espanhol San Pascual, San Pascualito e San Pascualito Rey para se referir ao culto da figura esqueletica que se desenvolveu em partes do México.

Origens do culto à morte no México
Pesquisador da cultura e religiosidade mexicana, Andrew Chesnut aponta os sistemas de crenças dos indigenas americanos como o gérmen para o culto tanto à chamada Santa Muerte quanto a San Pascualito. Ambas as entidades, têm suas raízes no casal de deuses astecas Mictecacihuatl e Mictlantehcutli, entidades do submundo chamado Mictlan. As quatro entidades compartilham sua representação esqueletal e clara relação com a morte. No região maia, a deidade Kisin, também retratada como um esqueleto, pode se relacionar tanto a seus pares astecas quanto ao influxo da cultura europeia vinda com os conquistadores espanhóis e sua Dança Macabra: Kisin aparece representado em item de cerâmica como um esqueleto dançando com um charuto na boca.1
San Pascualito, Santa Muerte e mesmo o Dia de los Muertos, para Chestnut, denotam um relacionamento particular da cultura mexicana com o morte. Para o pesquisador, essa ênfase no fim da vida e sua presença estaria ligado ao próprio processo de colonização sofrido pelas populações indígenas do território do Mexico atual durante os século XV e XVI:
“Durante o primeiro século aproximadamente da conquista e colonização Espanha, a morte foi onipresente como nunca antes para os maias e povos indígenas das Américas, com a varíola tomando tantas vidas que o colapso demográfico nas Américas do século XV foi um dos maiores declínios populacionais da história humana.”2
Frei São Pascoal Bailón
São Pascoal Bailón (San Pascual Bailón) nasceu em 11 de novembro de 1540, em Saragoça na Espanha. Aos vinte e cinco anos mais ou menos, o jovem ingressou na Ordem Franciscana, onde, segunda a crença, viveu uma vida de fé e bondade. São Pascoal se notabilizou por sua profunda devoção ao sacramento da comunhão. Tal aspecto é a característica distinta do santo não apenas na sua Espanha natal como também em quadro devocional de São Pascoal que faz parte do acervo do Museu de Arte Sacra de São Paulo. No Brasil, o santo teve o nome adaptado para São Pascoal Bailão.

Em 1592, Pascual faleceu na cidade de Villareal, Castellon, Espanha. No século seguinte, em 1618, ele foi beatificado. Em 1690, foi oficialmente canonizado.3
Na Espanha, a fama do santo está ligada à sua profunda devoção pelo sacramento da Eucaristia e em Villareal (Castelón) encontra-se uma igreja dedicada a ele. O monge ficou famoso por sua grande dedicação às atividades mais braçais do monastério: limpeza e cozinha. Essa ultima, compondo um dos elementos que o faria famoso no novo mundo.
São Pascoal Bailón também se tornou patrono dos cozinheiros. Nesse contexto ainda: “não é fortuito que no século XVIII, o barco que transportava os alimentos entre Castela e Nova Espanha levasse o nome de São Pascoal Baylón.”4 Corona ainda nos apresenta com uma reza popular ao santo, feita por aqueles que desejam ser bem sucedidos na cozinha: “Ah! San Pascual bendito, haz caso a mi devoción, yo the brindo mi oración, Y el corazón se me vuela, ponle amor a mi cazuela“. Tais orações datam, em sua forma editada, de 1818 e costumavam aparecer junto de relatos de milagres de São Pascoal.5

Sua história enquanto figura de veneração no México também tem raizes em uma narrativa de milagres e conversão. No século XVII, uma epidemia de tifo assolava a região sul do México e Guatemala. A área estava sob a esfera de influencia da Ordem Franciscana.
No ano de 1650, com a doença alastrada e fazendo milhares de vítimas, um homem de indígena, doente de tifo, conforme se conta, um sonho com San Pascual. Nele, o santo afirmou que livraria a área do mal e exortou o doente para que começasse seu culto, bem como dissesse para que seu povo fizesse o mesmo. San Pascual por fim, avisa ao homem que ele acabaria por morrer, mas que a praga cessaria dali poucos dias. E, segundo relatos, isso se deu.6
Evidencia da propagação do culto, data do século XVIII, a imagem de San Pascual pintada na igreja franciscana de São Cristovão de las Casas. Nela, o San Pascual levita enquanto San Salvador de Horta o observa. Em 1872, se tem a primeira alusão documental ao santo, na ata de constituição da Confraria do Rosário.7
Mas foi na região de Chiapas, mais precisamente na cidade de Tuxla Gutierrez que o culto de San Pascoal, ali chamado de San Pascualito ou San Pascualito Rey adquiriu uma forma particular: a de um esqueleto que vaga pela madrugada e leva a vida daqueles que cruzam seu caminho.
Origens do culto de San Pascualito no México
Ángel Portillo defende que o culto do santo esqueleto é uma derivação do culto da Santa Muerte. Para tanto, o pesquisador aponta para os grandes mercados do centro histórico da Cidade do México – como La Merced, La Lagunilla, Tepito, etc – região de onde deriva os primeiros registros de Santa Muerte e onde seu culto é o mais popular. No início, a chamada Santa Muerte portava trajes que atualmente identificam San Pascualito: o hábito franciscano e uma corda enrolada na cintura.8
Sua história enquanto figura de veneração no México começa no século XVII. Naquela época, uma epidemia de tifo assolava a região sul do México e Guatemala. A área estava sob a esfera de influencia da Ordem Franciscana. No ano de 1650, com a doença alastrada e fazendo milhares de vítimas, um homem de indígena, doente de tifo, conforme se conta, um sonho com San Pascual.
Nele, o santo afirmou que livraria a área do mal e exortou o doente para que começasse seu culto, bem como dissesse para que seu povo fizesse o mesmo. San Pascual por fim, avisa ao homem que ele acabaria por morrer, mas que a praga cessaria dali poucos dias. E, segundo relatos, isso se deu.9
Evidencia da propagação do culto, data do século XVIII, a imagem de San Pascual pintada na igreja franciscana de São Cristovão de las Casas. Nela, o San Pascual levita enquanto San Salvador de Horta o observa. Em 1872, se tem a primeira alusão documental ao santo, na ata de constituição da Confraria do Rosário.10
Sabe-se que uma réplica do esqueleto de São Pascoal encontrava-se na catedral de São Marcos (Tuxtla) em 1902 e que a mesma (ou talvez não) foi trasladada em 1908 para a Igreja del El Calvário. O inicio da Revolução Mexicana trouxe novos desenvolvimentos para o culto de San Pascualito. Em 1914, tropas constitucionalistas do general Jesús Agustín Castro chegaram à região com instruções para destruir as imagens de San Pascualito, consideradas pura e simplesmente idolatria.
Na ocasião, devotos do santo esqueleto esconderam seu corpo.11 Andrew Chestnut aponta o líder da etnia Zoque, Antonio Morales, como o responsável pela subtração e proteção do esqueleto nesse contexto.12 Mais de 20 anos depois, movimento semelhante acontece dentro do contexto de uma onda anticlerical. O general Victório Grajales empreende a queima de imagens e ídolos. O esqueleto réplica de San Pascualito permanece escondido.13 Nessa época, o culto ao santo se manteve secreto e privado:
“Há a lembrança uma cabana muito humilde perto da Cruz Blanca, na fronteira com Terán; depois a casa de Doña Nachita no bairro de Santo Domingo, e posteriormente solicitada pela família de Doña Simeona Sol, de La Lomita, onde permaneceu vários anos. Chegou finalmente às terras de uma tal D. Vicenta, que às suas custas construiu uma singela capela no quintal da sua casa, no local onde hoje se encontra o templo.”14
Culto de San Pascualito no século XX: repressão e clandestinidade
Em 1948, constitui-se uma especie de irmandade religiosa dedicada ao santo chamada Mayordomia y Prosteria de San Pascualito. Um dos objetivos desse grupo de devotos era a construção de um templo para o santo, o qual foi iniciado e terminado em 1955. O culto a San Pascualito, então, se expandiu, com cada vez mais fieis prestando suas homenagens no novo lugar. Poucos tempo depois, porém, o templo foi denunciado pela Igreja Católica por uma suposta má administração de fundos e acabou sendo fechado.15
A polemica sobre a condução financeira do templo de San Pascualito deu origem então a um processo judicial. Para além de questões financeiras, havia discussões sobre o quanto as práticas de culto e homenagem de muitos fieis de San Pascualito – o oferecimentos de flores, imagens, velas, ossos, animais – não seriam o real motivo por trás da preocupação – e nesse sentido, sabotagem – com seu templo.
Andrew Chesnut aponta como na mesma epoca, o culto a San Pascualito ainda carregava o rótulo de “idolatria”. Em 1954, o padre Agustín Alvarez se referiu de maneira jocosa ao esqueleto-réplica do santo, presente na igreja de Tuxtla Gutierrez. O religioso afirmou que “todos sabem que [o santo] está na verdade enterrado na Espanha”. O bispo da região fez coro de tais recriminações quando em uma ocasião, ao ser procurado pelos devotos de San Pascualito que pediam por sua benção, a autoridade negou “dizendo que eles deveriam retirar o esqueleto do caixão [onde é mantido na igreja]. Caso contrario, estariam compondo a ‘seita dos Pascualitos'”.16 No jornal católico local, o culto foi denunciado como “superstição”:
“No bairro de San Pascual há um festival sem qualquer limite nos dias que precedem o dia do santo patrono… O caixão enganoso é todo enfeitado e quase enterrado em um leito de flores. Os escravos da superstição o veneram de joelhos“.17
A questão foi resolvida na Câmara dos Deputados. O presidente da Câmara, e também presidente da Secretaria de Patrimônio Nacional do México, reforçou a liberdade de culto prevista na Constituição do México ao mesmo tempo em que decide pela indicação de um frade para a gerência do templo. O religioso escolhido foi Frei Agustín Leonardo García de la Cruz, sacerdote da Santa Igreja Ortodoxa Católica Mexicana. O templo então foi renomeado, ganhou a denominação de Catedral Católica Independiente de la Iglesia Romana, e foi finalmente reaberto em 1960. O frei Rogélio Carrilo Hidalgo, nos dá conta desse período do culto a San Pascualito, suas especificidades, bem como o período de frei Agustín de la Cruz:
“Em 11 de maio de 1959, às vésperas da festividade de San Pascual Baión, veio dom Agustín e ele gostou do lugar. Naquela época, aqueles que cuidavam do templo tinha o costume de fazer limpeza com manjericão [de maneira similar àquela que praticantes de religiões afrobrasileiras fazem com arruda], eles disseram que sim, que aceitavam o clero, mas que eles respeitassem suas limpezas dentro da igreja. Viram que não se oponham à fé, à pregação do evangelho e ambas as partes aceitaram. Assim começou dom Agustín a realizar os tramites de abertura do lugar e em 1960 se abriu novamente o templo. Mas nessa época, muitos curandeiros, bruxos, xamãs, vinham para queimar velas de todas as cores, traziam ovos, galinhas, fotos com alfinetes.
Por um tempo lhes foi permitido, mas depois se foi restringindo pouco a pouco, até que faleceu com Agustín Leonardo em 1988. Depois o substituiu como arcebispo dom José León Aguilar e ele deu até mais liberdade, tanto, que chegaram a ter aqui uma imagem de Santa Muerte, uma imagem de Jesús Malverde, vinham pessoas ler cartas, queimar incenso, fazer bruxaria, era um caos, não era o objetivo pelo que foi criada a Igreja. A Secretaria de Governo através da Oficina de Assuntos Religiosos tomou ciência de tudo e fez varias exortações, com justa razão, para que se parasse, porque podia se perder o registro da Igreja, mas se omitiu de todos os chamados, até que em 2010 morreu o arcebisbo”18
Frei Rogélio Carillo Hidalgo nos dá detalhes de sua administração do templo, e de sua visão com relação ao culto de San Pascualito. Na fala seguinte fica claro que as práticas digamos “heterodoxas” de muitos fieis do santo esqueleto não seriam mais toleradas pelo religioso, de maneira que frei Hidalgo se aproxima da posição da Igreja Católica quando se trata de manifestações populares do culto aos santos:
“Comecei a retirar muitas imagens, foram proibidos os rituais com velas, com ovos, com loções, tudo isso acabou. Muita gente que é devota de São Pascual Bailón não vinha por causa dos costumes que aqui aconteciam. Conheço pessoalmente o templo de São Pascual Bailón na Espanha, e é dedicado à adoração do Santíssimo, é um templo expiatório, esse é um templo a São Pascual Bailón e não a San Pascual Rey.
Por isso eu limpei a igreja de tudo isso. Agora temos mais gente na missa, menos gente vem pelos costumes, vem pela evangelização, participam dos atos litúrgicos, gostam mais, lhes atrai mais a imagem que apresentamos da igreja, limpa, bem pintada, com arranjos florais bonitos, melhor atenção à congregação. Atualmente, se faz uma missa tridentina.”19
San Pascualito na contemporaneidade
Andrew Chesnut é um pesquisador da religiosidade popular mexicana. Seu principal tema de estudo é a Santa Muerte porém o acadêmico já se debruçou sobre o culto de San Pascualito. Em artigo em que nos conta de entrevistas com fiéis do santo, Chesnut notou como seus poderes curativos eram atestados por grande parte daqueles que o veneram. Em suas palavras:
“[…] crentes de base [do santo] estão primariamente interessados em receber milagres e bençãos de seu santo. De fato, eu com frequência ouvi que São Pascual sendo descrito como ‘muy milagroso’, muito milagroso. E para o sincrético são Pascoal Bailon, assim como na maior parte dos casos dos Santos populares latino-americanos, o serviço espiritual mais importante oferecido por ele é cura.”20
O pesquisador prossegue e lista casos em que a San Pascualito foi creditada curas de doenças as mais diversas, entre elas mesmo a COVID-19, bem como males espirituais como os efeitos de energias negativas e o famoso mal-olhado.
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Bibliografia
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CHESNUT, Andrew. King Death: The Origins and Identity of Guatemalan and Mexican Skeleton Saint, Rey Pascual. International Journal of Latin American Religions (2024) 8:341–354.
CHESTNUT, R. Andrew. 2016. “Healed by Death: Santa Muerte, the Curandera.” In Handbook of Global Contemporary Christianity. Leiden,The Netherlands: Brill. Disponível no academia.edu
GUTIÉRREZ PORTILLO, Ángel A. (2021). Entre rezos, festejos y disputas por un santo esqueleto. Revista Multi-Ensayos, 7(13), 51–69. https://doi.org/10.5377/multiensayos.v7i13.10752
TAMAYO, Federico Aguilar. EI carretón de San Pascualito. Imagen y símbolo en una leyenda del estado de Chiapas. Revista Cultura y Representaciones Sociales ISSN: 2007-8110. Teoría y métodos | 101 Año 16, Núm. 31, septiembre de 2021. Disponível em https://www.scielo.org.mx/pdf/crs/v16n31/2007-8110-crs-16-31-00005.pdf
Referências
- CHESNUT, Andrew. King Death: The Origins and Identity of Guatemalan and Mexican Skeleton Saint, Rey Pascual. International Journal of Latin American Religions (2024) 8:341–354. p. 344. ↩︎
- CHESNUT, Andrew. King Death: The Origins and Identity of Guatemalan and Mexican Skeleton Saint, Rey Pascual. International Journal of Latin American Religions (2024) 8:341–354. p. 345. ↩︎
- GUTIÉRREZ PORTILLO, Ángel A. (2021). Entre rezos, festejos y disputas por un santo esqueleto. Revista Multi-Ensayos, 7(13), 51–69. p. 56. ↩︎
- BAK-GELLER CORONA, Sarah. « El chile en la iconografía de san Pascual Baylón, el santo de la cocina mexicana ». Los chiles que le dan sabor al mundo, édité par Araceli Aguilar-Meléndez et al., IRD Éditions, 2018, paragrafo 2. ↩︎
- BAK-GELLER CORONA, Sarah. « El chile en la iconografía de san Pascual Baylón, el santo de la cocina mexicana ». Los chiles que le dan sabor al mundo, édité par Araceli Aguilar-Meléndez et al., IRD Éditions, 2018, paragrafo 4. ↩︎
- GUTIÉRREZ PORTILLO, Ángel A. (2021). Entre rezos, festejos y disputas por un santo esqueleto. Revista Multi-Ensayos, 7(13), 51–69. p. 57. ↩︎
- GUTIÉRREZ PORTILLO, Ángel A. (2021). Entre rezos, festejos y disputas por un santo esqueleto. Revista Multi-Ensayos, 7(13), 51–69. p. 57-58 ↩︎
- GUTIÉRREZ PORTILLO, Ángel A. (2021). Entre rezos, festejos y disputas por un santo esqueleto. Revista Multi-Ensayos, 7(13), 51–69. p. 62. ↩︎
- GUTIÉRREZ PORTILLO, Ángel A. (2021). Entre rezos, festejos y disputas por un santo esqueleto. Revista Multi-Ensayos, 7(13), 51–69. p. 57. ↩︎
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- GUTIÉRREZ PORTILLO, Ángel A. (2021). Entre rezos, festejos y disputas por un santo esqueleto. Revista Multi-Ensayos, 7(13), 51–69. p. 59. ↩︎
- CHESNUT, Andrew. King Death: The Origins and Identity of Guatemalan and Mexican Skeleton Saint, Rey Pascual. International Journal of Latin American Religions (2024) 8:341–354. p. 347. ↩︎
- CHESNUT, Andrew. King Death: The Origins and Identity of Guatemalan and Mexican Skeleton Saint, Rey Pascual. International Journal of Latin American Religions (2024) 8:341–354. p. 347. ↩︎
- GUTIÉRREZ PORTILLO, Ángel A. (2021). Entre rezos, festejos y disputas por un santo esqueleto. Revista Multi-Ensayos, 7(13), 51–69. p. 59-60. ↩︎
- GUTIÉRREZ PORTILLO, Ángel A. (2021). Entre rezos, festejos y disputas por un santo esqueleto. Revista Multi-Ensayos, 7(13), 51–69. p. 60. ↩︎
- CHESNUT, Andrew. King Death: The Origins and Identity of Guatemalan and Mexican Skeleton Saint, Rey Pascual. International Journal of Latin American Religions (2024) 8:341–354. p. 350. ↩︎